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Nissan enfrenta processo por supostos problemas no motor VC-Turbo

A Nissan está enfrentando uma ação coletiva substancial, alegando que seus inovadores motores VC-Turbo, encontrados em diversos modelos Nissan e Infiniti, são suscetíveis a falhas mecânicas graves e dispendiosas. A acusação principal é que a montadora japonesa, ciente dos problemas, teria evitado suas responsabilidades em resolver o alegado defeito, sobrecarregando os consumidores com enormes custos de reparo e frustração. A ação judicial, que foi formalmente apresentada em um tribunal de Delaware, busca reparação para milhares de proprietários afetados.

Os motores VC-Turbo, aclamados por sua tecnologia de compressão variável que promete maior eficiência e desempenho, estão sob escrutínio. Os demandantes afirmam que, apesar das promessas, esses motores sofrem de uma série de defeitos graves. Entre as principais queixas estão a falha prematura do motor, perda súbita de potência, consumo excessivo de óleo, falhas no turbocompressor e problemas na cadeia de sincronização. Muitos proprietários relatam que seus veículos param de funcionar completamente, muitas vezes sem aviso prévio, resultando em situações perigosas e necessidade de reboque.

O cerne da alegação é que a Nissan e a Infiniti teriam conhecimento desses defeitos há um período considerável, mas não agiram de forma decisiva para alertar os consumidores ou para efetuar os reparos necessários sob garantia. Pelo contrário, a ação coletiva sugere que a empresa frequentemente negou cobertura de garantia, atribuiu os problemas a ‘desgaste normal’ ou a falta de manutenção inadequada por parte dos proprietários, e empurrou os custos de reparo – que podem facilmente ultrapassar dezenas de milhares de dólares, equivalendo ao valor residual do veículo – para os próprios consumidores. Essa postura teria deixado os proprietários em uma situação difícil, com veículos que se tornaram onerosos para manter e com valor de revenda drasticamente reduzido.

A ação coletiva busca não apenas compensação financeira pelos custos de reparo e desvalorização dos veículos, mas também uma ordem judicial que force a Nissan a assumir a responsabilidade por seus produtos. Isso poderia incluir a emissão de recalls, a extensão das garantias dos motores VC-Turbo afetados ou a oferta de programas de recompra para veículos problemáticos. Os advogados dos demandantes argumentam que a Nissan e a Infiniti se beneficiaram indevidamente da venda de veículos com motores defeituosos, transferindo o risco e o ônus financeiro para seus clientes mais leais.

Este processo não é apenas uma questão de custos de reparo; ele toca na confiança do consumidor e na reputação da marca. Propriedades de veículos que eram esperadas para durar anos estão falhando precocemente, e a percepção de que a Nissan está esquivando-se de suas obrigações pode ter ramificações de longo alcance. Para muitos proprietários, seus veículos são essenciais para o trabalho, transporte da família e atividades diárias, e a falha do motor representa uma interrupção significativa e um estresse financeiro imenso.

A tecnologia VC-Turbo, embora inovadora em conceito, parece ter enfrentado desafios de confiabilidade na prática, ou pelo menos é o que a ação coletiva afirma. O resultado deste processo poderá ter um impacto significativo não apenas para a Nissan e a Infiniti, mas também para a indústria automobilística em geral, especialmente em termos de responsabilidade do fabricante por tecnologias emergentes. Os olhos do setor estarão atentos ao desenrolar desta disputa legal, que definirá como as empresas devem lidar com alegações de defeitos em componentes essenciais de seus veículos.