Casa Branca defende carros a gasolina, prevendo economia de US$ 109 bi aos EUA.

Normas federais de combustível acabam de ser revertidas por Trump. A medida anula os rigorosos padrões de Média Corporativa de Economia de Combustível (CAFE) que haviam sido estabelecidos pela administração anterior, os quais Trump alega que teriam forçado as famílias a adquirir veículos elétricos, ao mesmo tempo que aumentariam os preços dos carros em mais de US$ 1.000. Esta decisão representa uma mudança significativa na política ambiental e econômica dos Estados Unidos, com implicações vastas para consumidores, fabricantes de automóveis e o futuro da energia no país.

Os padrões CAFE, originalmente implementados pela administração Obama, visavam impulsionar a eficiência energética dos veículos novos, estabelecendo metas ambiciosas para a redução do consumo de combustível e, consequentemente, das emissões de gases de efeito estufa. A premissa era clara: carros mais eficientes significam menos poluição, menor dependência de combustíveis fósseis e economia a longo prazo para os motoristas. As metas anteriores previam um aumento gradual da eficiência, chegando a uma média de mais de 50 milhas por galão (MPG) para a frota de veículos leves até meados da próxima década.

Contrariamente, a administração Trump argumenta que essas normas eram excessivamente onerosas e irrealistas. A alegação central é que a conformidade com as regras CAFE originais levaria os fabricantes a repassar custos significativos aos consumidores, tornando os carros mais caros – com estimativas de aumento de mais de US$ 1.000 por veículo. Além disso, a retórica da Casa Branca sugeria que as regras de eficiência forçariam uma transição prematura e indesejada para veículos elétricos, limitando as opções dos consumidores e impondo um estilo de vida que muitos americanos não desejavam ou não podiam pagar. Para a administração, a revisão das normas é um ato de desregulamentação que visa proteger o poder de compra das famílias e a liberdade de escolha no mercado automotivo.

Com o recuo, os novos padrões propostos pela administração Trump são significativamente menos rigorosos. Em vez de aumentos anuais acentuados na eficiência, os fabricantes terão metas mais brandas, com um ritmo de melhoria muito mais lento. Isso proporciona aos fabricantes maior flexibilidade na produção de veículos a gasolina e diesel, reduzindo a pressão para investir pesadamente em tecnologias de veículos elétricos ou híbridos em um curto espaço de tempo. Os defensores da medida argumentam que isso manterá os preços dos carros mais acessíveis, estimulará a venda de veículos novos e apoiará a indústria automobilística americana, salvaguardando empregos na fabricação de motores de combustão interna. Estima-se que essa flexibilização possa economizar aos americanos um total de US$ 109 bilhões em custos de veículos ao longo da vida útil de seus carros, conforme o título sugere, embora essa estimativa seja controversa e baseada na suposição de que os preços dos carros aumentariam drasticamente sob as regras anteriores.

No entanto, a decisão enfrenta forte oposição de grupos ambientalistas, defensores da saúde pública e vários estados, especialmente a Califórnia, que historicamente estabelece seus próprios padrões de emissões mais rigorosos. Os críticos alertam que a reversão dos padrões CAFE resultará em maiores emissões de gases de efeito estufa, exacerbando as mudanças climáticas e comprometendo as metas de redução de carbono dos EUA. Eles também apontam para os impactos na qualidade do ar, que pode piorar em áreas urbanas, afetando a saúde respiratória da população. Além disso, argumenta-se que, a longo prazo, os consumidores acabarão pagando mais em combustível devido à menor eficiência dos veículos, anulando qualquer economia inicial no preço de compra. Há também a preocupação de que essa política isole os EUA do resto do mundo, onde a transição para veículos elétricos e mais eficientes está acelerando, potencialmente prejudicando a competitividade da indústria automobilística americana no cenário global.

Em um contexto político, a medida é vista como um esforço para solidificar o apoio entre eleitores em estados-chave que dependem da indústria automotiva e para apelar a uma base que valoriza a desregulamentação e a liberdade individual sobre as restrições ambientais. No entanto, as ramificações de longo prazo dessa decisão, tanto para o meio ambiente quanto para a economia e a inovação tecnológica, permanecem um tema de intenso debate e análise.