A imagem mostra uma impressionante coleção de carros BMW i8, destacando suas linhas futuristas e design inovador, com várias unidades do modelo dispostas em um cenário que evoca performance e modernidade.
Já se passaram cinco anos desde que o BMW i8 deixou as linhas de produção, e seria de se esperar que, a esta altura, a internet já tivesse chegado a um consenso sobre este veículo tão singular. Estamos, é claro, a falar do incrivelmente belo e, para alguns, divisivo BMW i8, um carro que, desde a sua revelação como conceito, prometeu redefinir o futuro dos carros desportivos. Lançado com grande alarde, o i8 era uma visão arrojada da mobilidade sustentável com desempenho de ponta, misturando um design futurista com uma inovadora motorização híbrida plug-in.
Na sua forma de produção, o i8 surpreendeu o mundo com uma configuração atípica para um desportivo da BMW: um motor a gasolina de três cilindros e 1.5 litros turbo, acoplado a um motor elétrico. Juntos, entregavam uma potência combinada que permitia acelerações rápidas e uma autonomia elétrica respeitável, algo inovador para a época. Esta escolha refletia a aposta da BMW na sustentabilidade e na eficiência, sem sacrificar a estética desportiva. Contudo, para muitos puristas, a ideia de um desportivo com um motor de três cilindros parecia quase uma heresia, alimentando rumores e desejos por uma versão mais potente.
É aqui que entra a fascinante ‘história secreta’ do BMW i8 com o motor V10 S85. O S85, para quem não se lembra, é o lendário V10 de 5.0 litros que impulsionava os icónicos BMW M5 (E60) e M6 (E63) da era anterior. Conhecido pelo seu som inebriante, a sua resposta instantânea e a sua natureza de alta rotação, o S85 representava o auge da engenharia de motores de combustão da BMW. A mera ideia de transplantar um motor tão massivo e vocacionado para o desempenho puro para o chassi leve e futurista do i8 é, de facto, excitante.
Embora nunca tenha sido uma opção de produção oficial, a especulação de que a BMW explorou tal possibilidade em fases iniciais de desenvolvimento, ou mesmo como um protótipo ‘de teste’ para explorar os limites da plataforma, persiste. Um i8 com um V10 S85 seria uma besta completamente diferente: mais pesado, menos eficiente, mas inegavelmente mais potente e visceral. Poderia ter sido um estudo de viabilidade para um i8 de topo de gama, ou talvez uma forma de avaliar a flexibilidade da arquitetura antes de se comprometerem totalmente com a hibridização. As razões para esta combinação nunca ter avançado para a produção são óbvias: colidiria com a filosofia sustentável e leve do i8, aumentaria drasticamente os custos e as emissões, e potencialmente desvirtuaria a mensagem principal do carro como um ‘desportivo do futuro’. No entanto, a fantasia de um i8 com o rugido do V10 continua a ser um ‘e se?’ cativante para os entusiastas da marca.
Hoje, cinco anos após o seu término, o BMW i8 é visto com uma perspetiva diferente. Muitos reconhecem a sua audácia e a sua capacidade de prever tendências futuras, mesmo que o seu desempenho não fosse sempre o que se esperava de um superdesportivo. O design, contudo, permanece intemporal, parecendo tão fresco hoje quanto parecia em 2014. O ‘consenso’ da internet, talvez, seja que o i8 foi um carro à frente do seu tempo, um visionário que pavimentou o caminho para a eletrificação, e que, apesar das suas particularidades, detém um lugar especial na história da BMW como um verdadeiro divisor de águas. Ele provou que um carro ecológico podia ser visualmente espetacular e divertido de conduzir, mesmo sem um motor V10.
O BMW i8 continua a ser um ícone de design e engenharia, uma declaração de intenções da BMW sobre o seu futuro. A sua história, com ou sem o motor V10 S85, é a de um pioneiro que ousou ser diferente e que deixou uma marca indelével no mundo automóvel.
Publicado originalmente por https://www.bmwblog.com.