BMW Admite ‘Discussão Acirrada’ Sobre Botões Vs. Telas

2025 BMW IX3 SPACE SILVER center console

Imagem: Console central do BMW iX3 2025 SPACE SILVER.

Se a BMW tivesse que escolher uma imagem para ilustrar o que significa “menos é mais”, provavelmente seria a cabine do iX3. Desde que o iDrive 8 estreou com o iX quatro anos atrás, a empresa tem trilhado um caminho de simplificação e digitalização do interior de seus veículos, gerando um debate acalorado entre entusiastas, designers e engenheiros.

A filosofia por trás do “menos é mais” na indústria automotiva moderna frequentemente se traduz na redução de botões físicos e na integração de praticamente todas as funcionalidades em telas sensíveis ao toque. Para a BMW, essa transição começou a ganhar força com a introdução do iDrive 8, que trouxe uma tela curva de grandes dimensões que abrange tanto o painel de instrumentos quanto o sistema de infoentretenimento central. O objetivo era criar uma experiência de usuário mais limpa, intuitiva e tecnologicamente avançada, refletindo a estética de design contemporâneo que muitos consumidores buscam.

No entanto, essa abordagem não veio sem controvérsias. A discussão sobre “botões vs. telas” tem sido um tópico quente nos bastidores e entre os consumidores. Os defensores dos botões físicos argumentam que eles oferecem uma vantagem inegável em termos de segurança e usabilidade. Com botões e seletores táteis, o motorista pode ajustar funções essenciais – como volume do rádio, temperatura do ar-condicionado ou configurações de direção – sem desviar o olhar da estrada. A memória muscular permite que o motorista localize e opere esses controles de forma instintiva, proporcionando uma experiência de direção mais segura e menos distrativa. A ausência de feedback tátil nas telas, por outro lado, exige que o motorista olhe para a tela para confirmar a ação, o que pode ser perigoso.

Por outro lado, as telas oferecem uma flexibilidade de design incomparável. Elas permitem que os fabricantes criem interiores mais espaçosos e minimalistas, com menos elementos visuais que possam sobrecarregar o motorista. A capacidade de personalizar a interface, exibir uma vasta gama de informações e integrar funcionalidades avançadas de conectividade e entretenimento são pontos fortes inegáveis das telas. Além disso, para as montadoras, a consolidação de funções em software e hardware de tela pode, em alguns casos, simplificar a produção e reduzir custos complexos de cablagens e múltiplos componentes físicos.

A BMW, ciente dessa polarização, admitiu que houve “discussões acaloradas” internamente sobre a proporção ideal entre botões físicos e telas. Essa admissão sugere que a empresa está ouvindo o feedback e ponderando sobre o equilíbrio. Enquanto modelos como o iX e, por extensão, o iX3, representam a vanguarda dessa digitalização, é possível que futuros designs busquem um meio-termo, talvez reintegrando alguns controles físicos essenciais para a segurança e conveniência do motorista.

O iX3, com sua cabine que exemplifica a filosofia “menos é mais”, serve como um estudo de caso interessante. Ele mostra o compromisso da BMW com a modernização, mas também destaca os desafios de equilibrar inovação tecnológica com a ergonomia e a praticidade que os motoristas esperam de uma marca premium. A forma como a BMW navegará essa discussão nos próximos anos definirá não apenas o design de seus interiores, mas também a experiência de condução para uma nova geração de seus veículos.

Primeiramente publicado por https://www.bmwblog.com