O Chevrolet Equinox EV, um SUV médio totalmente elétrico, chegou ao mercado brasileiro com a ambição de se posicionar no competitivo segmento premium de veículos elétricos. Representando uma aposta da General Motors, o modelo apresentava design moderno, tecnologia embarcada e a promessa de sustentabilidade, visando desafiar concorrentes estabelecidos e atrair consumidores dispostos a investir na mobilidade elétrica de alto padrão. Sua estratégia era clara: consolidar a presença da Chevrolet em um nicho de grande potencial, oferecendo uma alternativa sofisticada aos elétricos de luxo importados.
Contudo, a recepção do mercado brasileiro ao Equinox EV foi desanimadora. Dados recentes revelam um desempenho de vendas extremamente baixo: apenas 28 unidades foram comercializadas em 2025 até o momento. Esse volume irrisório sinaliza uma falha significativa na capacidade do modelo de cativar o público-alvo, resultando em estagnação. A pouca adesão indicou que o Equinox EV não conseguiu se destacar ou oferecer um diferencial competitivo claro em um segmento cada vez mais disputado, forçando a montadora a reconsiderar sua abordagem.
Diante da urgência de reverter o quadro, a Chevrolet implementou uma medida drástica: uma redução de R$ 90 mil no preço de tabela do Equinox EV. Essa estratégia agressiva é uma resposta direta à fraca demanda e tem como objetivo imediato reposicionar o SUV elétrico em uma faixa de preço mais acessível. A iniciativa busca atrair uma parcela maior de consumidores que, até então, poderiam ter sido dissuadidos pelo valor inicial, considerado elevado para a proposta do veículo. O substancial corte de preço reflete a necessidade da General Motors em impulsionar as vendas e reativar o interesse pelo modelo.
Vários fatores podem explicar a dificuldade do Equinox EV. O preço de lançamento, por exemplo, pode ter sido excessivamente alto para um Chevrolet, mesmo elétrico, quando comparado a rivais premium já consolidados como Volvo (XC40 Recharge, EX30), BMW (iX1), Audi (Q4 e-tron) e Mercedes-Benz (EQA, EQB). Além disso, a ascensão de montadoras chinesas como a BYD, que oferecem modelos com excelente relação custo-benefício e pacotes tecnológicos atraentes, intensifica a disputa por clientes. A percepção da marca Chevrolet, forte em outros segmentos, pode não ter sido suficiente para justificar o preço premium no nicho de veículos elétricos de luxo, onde status e tradição das marcas europeias ainda pesam.
Outros elementos que podem ter influenciado o desempenho modesto incluem a infraestrutura de carregamento em desenvolvimento no Brasil, a ansiedade de autonomia (range anxiety) e a ausência de recursos verdadeiramente disruptivos. A falta de um diferencial marcante em relação à oferta existente, somada à complexidade do ecossistema elétrico e aos serviços de pós-venda, também pode ter afastado potenciais compradores.
A redução de R$ 90 mil é mais do que um ajuste comercial; é uma reavaliação estratégica profunda. A Chevrolet busca redefinir o público-alvo do Equinox EV, tornando-o mais competitivo em uma faixa de preço alinhada às expectativas dos consumidores brasileiros. Para os proprietários que adquiriram o SUV pelo preço original, a medida pode gerar frustração e preocupações com a desvalorização. Para a General Motors, o desafio é transformar esse reposicionamento em vendas sustentáveis. O caso do Chevrolet Equinox EV serve como um estudo importante sobre os desafios de montadoras tradicionais ao inovar e competir no dinâmico mercado de veículos elétricos, especialmente em segmentos de alto valor.