Carro Elétrico
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Chevrolet Onix 2026: Teste revela prós e contras do novo hatch

O novo Chevrolet Onix 2026 chega ao Brasil com preço reduzido para R$ 99.990, graças ao programa Carro Sustentável. Esta medida, somada a melhorias mecânicas e de design, visa reverter a queda nas vendas. Antigo líder por seis anos, o Onix agora é o sexto mais vendido e busca superar a má fama da correia dentada banhada a óleo, agora reformulada.

O Onix 2026 apresenta nova dianteira e interior renovado, com painel digital e central multimídia de 11 polegadas nas versões mais caras, buscando modernidade. O objetivo é reconquistar clientes e atrair consumidores que preferem concorrentes mais tecnológicos como VW Polo e Peugeot 208. Contudo, o Onix enfrenta o domínio dos SUVs, que já representam mais da metade das vendas. Na faixa dos R$ 100 mil, ele concorre diretamente com diversas opções de SUVs de entrada.

Na condução, o Onix 2026 mantém o conforto característico. O volante leve, com assistência elétrica, proporciona segurança e estabilidade. O motor, com potência ligeiramente reduzida para 115 cv (devido ao IPI), mantém o torque de 16 kgfm. Embora não seja “esperto” nas acelerações, levando quase três segundos para responder e exigindo maior giro do motor em ultrapassagens, seu desempenho é familiar para proprietários anteriores.

A polêmica correia dentada banhada a óleo foi aprimorada. Crucial para o baixo ruído do motor, ela exigia óleo específico. O uso de lubrificantes sem a certificação Dexos da GM podia causar deterioração e acúmulo de fragmentos, afetando freios e turbina. A nova formulação busca maior resistência a óleos não certificados, mas a eficácia será comprovada após as primeiras trocas, em 10 mil km ou um ano.

Externamente, as mudanças são sutis: grade frontal mais larga e para-choque dianteiro com ângulo de ataque 30% maior, facilitando a passagem por lombadas. O porta-malas mantém 303 litros. Internamente, apesar do painel digital e multimídia maior (em versões específicas), faltam retrovisor antiofuscamento automático e o carregador de celular por indução é mal posicionado. O uso predominante de plástico rígido, comum na categoria, não transmite sofisticação.

O Onix busca seu retorno. Em 2019, vendeu mais de 240 mil unidades; em 2024, menos de 100 mil. A falta de atualização era um fator, mas o mercado mudou drasticamente, com os hatches perdendo espaço para os SUVs. Por R$ 100 mil, concorrentes como Citroën Basalt (R$ 93.990), Fiat Pulse (a partir de R$ 99.990) e Volkswagen T-Cross (a partir de R$ 105.890) são atrativos. A própria GM lançará um SUV compacto mais acessível.

A versão Premier do Onix (R$ 129.190) custa mais que o Tracker turbo (a partir de R$ 119.900). Enquanto o Onix Premier oferece itens como multimídia maior e alerta de ponto cego, o Tracker entrega porta-malas maior (393L), motor mais forte (18,9 kgfm), mais espaço interno e acionamento remoto. O dilema é escolher entre mais equipamentos ou mais espaço e robustez, da mesma marca, por um preço menor. O Onix enfrenta um cenário desafiador para reconquistar seu lugar.