Especialista revela como escolher o pneu mais durável.

A durabilidade dos pneus é um tema que intriga muitos motoristas. Como é possível que dois carros idênticos, equipados com os mesmos pneus, apresentem desgastes tão diferentes em um período similar? A resposta, segundo especialistas, vai muito além da qualidade da borracha ou da marca do fabricante. Uma série de fatores interligados, incluindo o ambiente geográfico e o estilo de condução, desempenha um papel crucial na vida útil de um pneu.

O paradoxo é real: a mesma borracha, o mesmo modelo de carro, mas resultados díspares na quilometragem esperada. Isso se deve a uma complexa interação de variáveis que impactam diretamente o material do pneu. O estilo de direção, por exemplo, é um dos maiores vilões. Arrancadas bruscas, frenagens agressivas e curvas em alta velocidade submetem os pneus a um estresse térmico e mecânico intenso, acelerando o desgaste da banda de rodagem. Um motorista que pratica uma condução suave e preditiva, por outro lado, naturalmente prolongará a vida útil de seus pneus.

As condições das estradas também são determinantes. Buracos, remendos, asfalto irregular e superfícies não pavimentadas agem como um abrasivo constante. Em contraste, rodovias bem pavimentadas e lisas minimizam o atrito excessivo, permitindo que os pneus rodem de forma mais eficiente e com menor desgaste. Não se trata apenas da presença de obstáculos, mas da qualidade geral da infraestrutura viária que o veículo percorre diariamente.

O clima é outro fator invisível, mas potente. Temperaturas elevadas podem amolecer o composto da borracha, tornando-a mais suscetível ao desgaste por atrito. Em regiões de calor intenso, pneus inadequados podem ter sua vida útil drasticamente reduzida. Da mesma forma, em climas muito frios, pneus de verão podem se tornar rígidos e quebradiços, comprometendo a segurança e a durabilidade. A escolha do pneu deve considerar as variações térmicas predominantes na região.

A manutenção veicular, embora muitas vezes negligenciada, é fundamental. A pressão correta dos pneus, o alinhamento preciso da direção e o balanceamento das rodas garantem que o pneu entre em contato com o solo de forma uniforme. Pneus descalibrados ou veículos desalinhados sofrem desgaste irregular e prematuro, muitas vezes impossível de reverter. A rotação periódica dos pneus, conforme as recomendações do fabricante, distribui o desgaste entre os eixos, maximizando a quilometragem total.

Mas é a influência da cidade, como destacado pelo especialista, que muitas vezes é subestimada. A vida urbana, com seu ritmo de “pare e siga” constante, tráfego intenso, semáforos frequentes e a necessidade de manobras e frenagens repetitivas, é particularmente cruel com os pneus. Comparado a um veículo que roda predominantemente em estradas abertas, um carro urbano experimenta um ciclo de estresse muito maior. Cidades com muitas ladeiras, lombadas e ruas estreitas que exigem curvas mais fechadas intensificam ainda mais esse desgaste. O tipo de pavimento predominante em uma metrópole também varia; algumas cidades investem mais em asfalto liso, enquanto outras podem ter superfícies mais abrasivas ou com maior incidência de buracos.

Para encontrar o pneu mais durável para o seu carro, não basta olhar para o índice de treadwear na etiqueta. É preciso considerar o seu estilo de condução predominante, as condições das estradas que você mais utiliza, o clima da sua região e, crucialmente, as características da sua cidade. Um especialista poderá analisar esses fatores e recomendar um pneu cujo composto e desenho da banda de rodagem sejam mais adequados à sua realidade específica, equilibrando durabilidade, segurança e desempenho. Entender essa dinâmica complexa é o primeiro passo para maximizar a vida útil dos seus pneus e economizar a longo prazo.