A Daihatsu é talvez mais conhecida como a divisão de carros kei da Toyota, gerenciando discretamente os modelos mais compactos e eficientes da marca. É a empresa por trás do Copen, aquele divertido roadster de dois lugares, uma espécie de carro esportivo em miniatura do Japão, que cativou entusiastas com seu design peculiar e dirigibilidade ágil. No entanto, para além do Copen, os engenheiros da Daihatsu possuem uma longa e rica história de inovação e engenharia automotiva que se estende muito além dos carros kei, embora este seja seu domínio mais reconhecido.
Fundada em 1907 como Hatsudoki Seizo Co., a empresa inicialmente produzia motores de combustão interna, antes de fabricar veículos completos. Adotando o nome Daihatsu em 1951, estabeleceu-se como especialista em veículos compactos. Sua expertise em carros kei – categoria de veículos ultracompactos com rigorosas restrições de tamanho, potência e cilindrada, que gozam de benefícios fiscais no Japão – é inigualável. Nesses veículos, cada centímetro de espaço e gota de combustível contam, e a Daihatsu dominou a arte de maximizar funcionalidade, segurança e eficiência em um pacote mínimo.
Modelos como o Tanto, com seu inovador sistema de portas que criam uma ampla abertura sem pilar B central, e o Move, conhecido por sua versatilidade e interior espaçoso, são exemplos da engenhosidade da Daihatsu. O Hijet é um cavalo de batalha ubíquo nas ruas do Japão, atuando como van de entregas e mini-caminhão, demonstrando a durabilidade e adaptabilidade de seus designs. A filosofia da empresa sempre girou em torno da criação de veículos práticos, acessíveis e eficientes, que atendam às necessidades diárias dos motoristas em ambientes urbanos e rurais.
A profunda conexão com a Toyota, que começou com acordos de fabricação e solidificou-se com a aquisição total em 2016, permitiu que a Daihatsu se beneficiasse dos vastos recursos de P&D da Toyota. Ao mesmo tempo, a Daihatsu contribuiu com sua especialização em veículos compactos e tecnologias de baixo custo. Essa sinergia resultou em inovações partilhadas e no desenvolvimento de plataformas e powertrains que beneficiaram ambas as marcas. A arquitetura DNGA (Daihatsu New Global Architecture) é uma plataforma modular desenvolvida pela Daihatsu, utilizada por vários modelos Toyota em mercados emergentes, sublinhando sua capacidade de engenharia de ponta.
Os engenheiros da Daihatsu são mestres na otimização de motores pequenos, projetando unidades de três cilindros que são surpreendentemente potentes para seu tamanho, ao mesmo tempo em que entregam economia de combustível excepcional, frequentemente com tecnologias como start-stop. Eles também são pioneiros no uso de materiais leves e técnicas de fabricação avançadas que reduzem o peso total do veículo, melhorando ainda mais a eficiência, desempenho e manobrabilidade. A atenção meticulosa aos detalhes no design interior de seus kei cars, maximizando o espaço, o conforto e a ergonomia, é outro testemunho de sua dedicação à funcionalidade e à experiência do usuário.
Além dos carros kei, a Daihatsu teve incursões bem-sucedidas em segmentos ligeiramente maiores, sempre mantendo o foco na compacidade, confiabilidade e eficiência. Sua história é pontuada por carros subcompactos e SUVs menores que, embora não tão globalmente reconhecidos quanto alguns modelos da Toyota, desempenharam um papel crucial em mercados asiáticos e em desenvolvimento, onde a demanda por veículos robustos e acessíveis é alta. A marca é, em essência, a vanguarda da Toyota no segmento de veículos pequenos, explorando novos conceitos e soluções de mobilidade que, por vezes, exigem uma abordagem mais ágil para a marca principal.
Em suma, a Daihatsu é muito mais do que apenas a criadora do charmoso Copen. É uma força motriz por trás da inovação em veículos compactos, com uma herança de engenharia que prioriza eficiência, praticidade, acessibilidade e sustentabilidade. Sua colaboração estratégica e tecnológica com a Toyota fortaleceu e elevou seu papel como líder no desenvolvimento de automóveis pequenos e eficientes, garantindo que a perícia japonesa em miniaturização e engenharia inteligente continue a moldar o futuro da mobilidade urbana e regional. A discrição de sua operação não diminui o impacto de sua contribuição duradoura para a indústria automotiva global.