Segurar um veículo é obrigatório em quase todos os lugares (Nova Hampshire, o que você está fazendo?), mas os custos são frequentemente negligenciados por quem busca um carro novo, pois tradicionalmente permaneceram estáveis. O que mudou drasticamente, entretanto, é o ‘delta’ no custo de seguro que costumava existir entre um Mercedes e um Toyota, e agora se aplica à crescente diferença entre veículos a combustão e elétricos (VEs).
Historicamente, as seguradoras baseavam as cotações em fatores como valor do veículo, custo de peças, incidência de roubo e histórico de segurança do modelo. Carros mais caros ou de alto desempenho geralmente significavam prémios mais elevados. No entanto, a eletrificação introduziu novas variáveis, tornando, na maioria dos casos, o seguro de um VE mais caro que o de um veículo a combustão interna (VCI) equivalente. Esta diferença pode ser significativa e é impulsionada por vários fatores.
Em primeiro lugar, o custo de aquisição inicial dos VEs ainda é, em média, mais alto. Um veículo mais caro implica um valor de substituição superior para a seguradora em caso de perda total. Além disso, as tecnologias avançadas e os componentes especializados dos VEs, como baterias de alta voltagem e sistemas eletrónicos complexos, tornam os reparos mais caros e demorados. Uma bateria de VE pode representar uma parte substancial do custo total do veículo, e sua substituição após um acidente é extremamente dispendiosa.
Em segundo lugar, a complexidade dos reparos em VEs exige mão de obra especializada e ferramentas específicas. Nem todas as oficinas estão equipadas ou os seus técnicos treinados para lidar com VEs, limitando as opções de reparo e elevando os custos. A escassez de peças de reposição específicas também contribui para prazos de reparo mais longos e preços mais altos, impactando diretamente os prémios.
Outro ponto crucial é a falta de dados históricos de sinistralidade para os VEs. As seguradoras operam com base em dados extensivos acumulados ao longo de décadas para veículos a combustão. Com os VEs, o volume de dados é menor e mais recente, introduzindo um nível de incerteza. Em cenários de maior incerteza, as seguradoras tendem a cobrar prémios mais altos para mitigar o risco. Mesmo com muitos VEs equipados com recursos avançados de segurança, o custo potencial de um sinistro ainda é uma preocupação.
O peso dos VEs é outro fator. Devido às baterias, eles são frequentemente mais pesados que os carros a gasolina de tamanho similar. Um veículo mais pesado pode causar mais danos em uma colisão, tanto a si mesmo quanto a outros veículos ou propriedades, aumentando a responsabilidade da seguradora.
No entanto, este cenário não é estático. A indústria de seguros está a adaptar-se. À medida que a produção de VEs aumenta e os custos de fabrico diminuem, os preços de compra e de peças tendem a baixar. A padronização dos processos de reparo e o aumento da mão de obra especializada também contribuirão para a redução dos custos. Com mais VEs nas estradas, as seguradoras acumularão mais dados, permitindo avaliações de risco mais precisas e, potencialmente, prémios mais competitivos. Muitos VEs também se beneficiam de sistemas avançados de assistência ao condutor (ADAS), que podem reduzir a frequência e a gravidade dos acidentes, um fator que as seguradoras começarão a precificar de forma mais eficaz.
Para os consumidores que consideram um VE, é crucial obter cotações de seguro antecipadamente, pois as diferenças podem variar significativamente entre modelos e seguradoras. Fatores como a instalação de carregadores domésticos e os sistemas de segurança específicos do modelo podem influenciar o prémio. Algumas seguradoras já oferecem descontos ou pacotes específicos para VEs.
Em conclusão, embora o custo de segurar um VE seja, atualmente, superior ao de um VCI, este “delta” está sujeito a mudanças. A tecnologia evolui, os custos de produção diminuem e o mercado de seguros amadurece. A longo prazo, a diferença de custos pode diminuir, tornando a propriedade de VEs ainda mais acessível e atraente. Por enquanto, a pesquisa e a comparação de cotações de seguro devem ser uma parte integrante do processo de compra de qualquer veículo elétrico.